Tigre de papel
Essa tua ausência que não sai daqui,
É muito espaçosa, quase sem noção;
Deixa tão pequeno espaço para mim,
onde o não, erra devaneando, o sim,
Que vive rindo desse insano coração...
Poesia, versos, são efeitos colaterais,
falta do teu ouvido pra meu sussurro;
e alguns hábitos feios quase animais,
o de menos, gritando, isso é demais,
o tigre de papel fingindo leonino urro...
Mas, a vida segue, sua bipolar ciranda;
Dia e noite cambiando seus domínios;
Esperança, ou desespero, quem manda,
Conforme essa carruagem frágil anda,
Novos fatos para os velhos escrutínios...
Menos mal poder edulcorar assim os ais,
Adoçamos sonhos, confeitos que temos;
A impotência é o pior de todos os rivais,
Concluindo: Aprendi eu não te amo mais,
sequer tenho forças para te amar menos...