Inconvenientes
Inconvenientes
Ia eu caminhando pelos becos
Como já era de costume
Acompanhado pelo silêncio
De uma noite de lua cheia
No fundo, uma luz muito forte
Será uma moto? Um carro de um olho só?
Polícia de trânsito? A única carta de condução que tenho é o meu B.I
Não! É uma mulher...
Mulher condenada a beleza perpétua
Olhar tão fogoso contudo sem fogo
Seu andar é típico de modelo, não estou a exagerar
Ela aproxima-se, não sossego
Mando calar o silêncio e digo um “olá”
Extremamente perfumado, adocicado, bem cozinhado
Cozido e assado, pesado, maravilhoso, agraciado
Espero que seja do seu agrado!
Meu Deus! Nem consigo ouvir a resposta dela
Ele hipnotizou-me, bombardeou o meu coração
Sem tocar-me, conseguiu pôr-me no chão
Não sou Zainadine Zidane
Nem sou Hierry Henry
Porque se eu fosse, fintaria todos becos do teu corpo
Até chegar ao teu coração
Não tenhas dúvidas, meu amor por ti é como a Francophonie
Cresce a cada segundo que passa...
Meu Deus! Ela tirou uma lágrima
Que faz uma rotunda pelo pescoço e vai desaguar
Nos seios dela... ela tira outra e mais outra...
Está aproximando-se de mim, cada vez mais e mais
O que faço? Ela quer beijar-me...
De repente a temperatura muda nas minhas calças
Ah! São chuviscos, não! Chuvas fortes dentro das minhas calças que ficam inundadas
Lembram-me as cheias de 2000... ela quer beijar-me, vem! Vem!
Mazuze! Mazuze! Não te cansas de inundar a cama com água salgada?
Acorda, vai comprar pães, teu pai quer ir à empresa, trabalhar!
O quê? Era tudo um sonho...
(Jaime Silito Bonga – Baba Campos)