Inconvenientes

Inconvenientes

Ia eu caminhando pelos becos

Como já era de costume

Acompanhado pelo silêncio

De uma noite de lua cheia

No fundo, uma luz muito forte

Será uma moto? Um carro de um olho só?

Polícia de trânsito? A única carta de condução que tenho é o meu B.I

Não! É uma mulher...

Mulher condenada a beleza perpétua

Olhar tão fogoso contudo sem fogo

Seu andar é típico de modelo, não estou a exagerar

Ela aproxima-se, não sossego

Mando calar o silêncio e digo um “olá”

Extremamente perfumado, adocicado, bem cozinhado

Cozido e assado, pesado, maravilhoso, agraciado

Espero que seja do seu agrado!

Meu Deus! Nem consigo ouvir a resposta dela

Ele hipnotizou-me, bombardeou o meu coração

Sem tocar-me, conseguiu pôr-me no chão

Não sou Zainadine Zidane

Nem sou Hierry Henry

Porque se eu fosse, fintaria todos becos do teu corpo

Até chegar ao teu coração

Não tenhas dúvidas, meu amor por ti é como a Francophonie

Cresce a cada segundo que passa...

Meu Deus! Ela tirou uma lágrima

Que faz uma rotunda pelo pescoço e vai desaguar

Nos seios dela... ela tira outra e mais outra...

Está aproximando-se de mim, cada vez mais e mais

O que faço? Ela quer beijar-me...

De repente a temperatura muda nas minhas calças

Ah! São chuviscos, não! Chuvas fortes dentro das minhas calças que ficam inundadas

Lembram-me as cheias de 2000... ela quer beijar-me, vem! Vem!

Mazuze! Mazuze! Não te cansas de inundar a cama com água salgada?

Acorda, vai comprar pães, teu pai quer ir à empresa, trabalhar!

O quê? Era tudo um sonho...

(Jaime Silito Bonga – Baba Campos)

Baba Campos
Enviado por Baba Campos em 23/03/2016
Código do texto: T5582946
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.