Sempre mais
Chego apressado,
ponteiros nervosos,
desejos gloriosos,
pois o amor quer amar.
Preparo o jantar, caprichoso.
Reparo os detalhes, desejoso.
Teu perfume se esconde no cinismo
do suor em teu peito, morena.
Vem.
Chuva!
Eis o mistério.
Luzes de velas,
luzes de luar,
vinho preferido e
uns gemidos prontos
sob a penumbra do nosso encontro.
As cortinas suportam
nosso ato,
os tapetes
conhecem nosso cheiro,
a mesa nos serve,
congênitos de paixão
e tesão imensuráveis.
Chego apressado
e antecipo teus passos em pensamento.
Raciocínio é desigual,
lógica é trivial.
Filosofia?
Ração dos cães...
Nosso amor pede sobremesa.
Nossos corpos sempre pedem mais.