Soneto do amor motor
Canto o amor de agora
que não é amor de antes,
amor que sempre implora
um novo conjunto de jantes.
Canto o amor de agora,
não o de outrora amor de antes,
amor que está na moda
e seus painéis elegantes.
Canto o amor do momento,
amor que desconhece incenso,
dispensadas as juras eternas.
E enquanto houver gasolina,
o amor – eu sei – nunca termina:
amor que anda sem usar as pernas.