Soneto do amor motor

Canto o amor de agora

que não é amor de antes,

amor que sempre implora

um novo conjunto de jantes.

Canto o amor de agora,

não o de outrora amor de antes,

amor que está na moda

e seus painéis elegantes.

Canto o amor do momento,

amor que desconhece incenso,

dispensadas as juras eternas.

E enquanto houver gasolina,

o amor – eu sei – nunca termina:

amor que anda sem usar as pernas.

Leopoldo Madrugada
Enviado por Leopoldo Madrugada em 09/07/2007
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