sem título
PALAVRAS ternas.
Beijos ritmados em sonho.
Rock singers de terno.
Sonhos eternos na televisão.
- E os nomes são estrangeiros...
E assistimos quietos a tudo.
Você me fita com o seu olhar
E, juntos, olhamos a tela
E naturalizamos o amor comercial
Que dela sai –
Aquele amor de turistas na Europa.
E assistimos atônitos a tudo.
A colchonete é testemunha.
As vazias cervejas long-neck.
Revistas jogadas, livros de poesia...
E depois da luta quase involuntária
Entre nossos corpos
(Propositadamente parecido com o que vimos na TV)
Corpos exaustos.
Madrugada.
Na tela, estática.
Estática iluminando a sala escura:
Efeito poltergeist.
Corpos despojados por sobre a colchonete.
A colchonete.
As long-necks.
A estática.
E, ainda na madrugada, palavras ternas.