PERDAS
Tudo evolui.
O ser humano muda o jeito de ser humano,
Muda o jeito de pentear o cabelo,
Muda a cor da pele,
Muda o jeito de viver,
De andar, de falar, de se vestir...
Muda tanto que às vezes deixa de ser encontrado,
Deixa de ser alcançado
Por aqueles que o circundam.
Ele quer novos ares, quer se mostrar,
Se lançar na passarela,
Já não busca mais amor,
Busca prazer.
E o prazer é tão banal,
Custa tão pouco, dura tão pouco,
É como uma mentira bem contada.
Pena que no derradeiro momento
Regado a tantas ilusões
O prazer custe tão caro.
Mas o amor não evolui.
O amor já nasceu perfeito.
Muda-se o jeito de amar
E de querer ser amado.
Nesta queda de braço do moderno e do antigo
Perde-se o homem e a mulher
Que teima, insiste tanto em enquadrar o amor
Na sua maneira de desejar amar
Ao invés de enquadrar o amar
Nos moldes do sublime amor.