Duas dores

Fechei os olhos, entorpecida pela dor

Caída sangrando, com os pulsos e pernas abertos em feridas incuráveis

As laminas em minhas mãos me acusavam da brutalidade

E fatalmente caí em desespero, aguardando apenas o beijo da morte

Porém senti suas mãos fortes apertando me

Segurando em suas palmas, meus pulsos machucados

Fechando os cortes e estancando o sangue

Aos poucos senti a dor reduzida

E os tornozelos inteiros outra vez

Seus olhos me indicaram uma direção

E aos poucos senti meu corpo fortalecido

Renovado

Fui criando forças, conforme me erguia

Me guiava

E agora, aqui estamos, apoiados um no outro

Dois seres machucados, com cicatrizes do passado

Nossas dores se completaram

Os dois sofreram sem medir

OS dois sangraram, os dois morreram

E agora renascidos, juntos nos curamos

Nos apoiamos

Nos amamos.

Olinda
Enviado por Olinda em 16/03/2016
Código do texto: T5575035
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