Instrospectar
Quem pode mensurar a dor?
Ainda não há nada para aferir
A intensidade ou dissabor
A profundidade do sentir
Cicatrizes na derme da alma
Todos portamos várias delas
Ai de nós se não fossem elas
Nos lembrar de manter a calma
A dor que conjugo tal qual verbo
De tão transitiva é incompleta
De tão árida se faz deserta
De tão langoroso, exacerbo.
O cair da noite a torna daninha
O silêncio alimenta e a deixa feroz
A dor fortalecida ceifa-me a voz
Rendido a deixo quieta, mansinha.
Quando esta dor findará?
Busco a resposta dentro de mim
Mas o que esperar enfim
Se sou eu seu eterno habitat?