A Musa era Bobinha, e Eu me Derretia

Noto em um dia estranho e surpreendente,

O paraíso está há tão poucos quilômetros,

Eu, então, surpreendido e estranhamente

Me emociono surpreso estranhado com a vida.

Há quantos km de distância está o paraíso de você?

De mim está a tão pouco, tão pouco, tão pouco.

A um pequeno salto de distância.

A poucas moedas, poucos centavos de distância.

E um dia eu vou. Um dia hei de ir.

Um dia hei de ir. Ao paraíso hei de ir.

Oh, admito! Admito, pois sim! Acredito em destino!

Em destino, pois sim! Oh, admito, que sacrilégio

para com a sociedade! Mas que sou senão menino?

Moleque, criança! Criançola! Mal saí do colégio!

Que culpa tenho eu de acreditar no destino?

Hei de segui-lo. Hei de segui-lo, destino,

Hei de segui-lo mesmo até o paraíso.

Mesmo até a dificuldade, mesmo até os problemas,

Mesmo até os desafios, mesmo até as chamas

Que me queimarão. Que me esquentarão. Que me amarão.

Sigo em frente ao destino. Meu destino é o destino.

E como são quentes as suas pernas

Em um simples corredor, sentados, encostados,

E como aceleram os nossos corações

Em simples olhos, envergonhados, molhados.

É tudo tão novo, tudo tão confuso!

Tudo tão ameaçador! Um campo minado maluco!

E cá estou eu. Sentado, no corredor,

O paraíso comum. O paraíso mais comum.

Acordo, sonhei. E nem dormi.

Penso no paraíso, nas pernas, nos sorrisos.

Sou um boneco, marioneta do destino,

Farei o que é certo, seguirei o meu caminho.

E todas em todas as pedras eu trupicarei,

Um tropeço, depois outro, depois outro, depois outro,

Mas basta seguir. Tropeçar foi destino.

Basta seguir, amar, amar, direto ao paraíso.

E que paz interna, que paz interna,

Ao existencialista entorpecido, que paz interna.

Era tudo o que eu queria.

Era tudo o que eu queria.

Obrigado!!!

Obrigado!!!

Obrigado!!!

Mas ah, não se afobe, não faça muito barulho,

Ou poderá me assustar. Sou tímido e sensível.

Viva devagar, viva perto de mim,

Viva a nossa vida, o paraíso é possível.

Um mundo nosso.

Um mundo nosso.

Um mundo nosso.

Como evitar? Os versos se repetem.

Entre quatro paredes, sozinho, na cama,

Observo os sons, os cheiros, as pálpebras,

Imagino-me nas nuvens, piscina cirrostratus,

Voo sobre o planeta de maneira intrépida,

Aquilo é o Éden ou um vale altostratus?

Abro os olhos e vejo o teto desbotado,

Sou não mais que um bobo menino apaixonado.

E como sonho. E como sonho, mundo.

Nadando contra as correntezas eu sonho.

O mundo estranho tem led mas não, obrigado,

O cobertor para mim é muito mais confortável.

Pois eu estou feliz. Eu estou feliz.

Graças a Deus, a Deustino, eu estou feliz.

O paraíso se encontra logo ao lado de casa,

Um dia com gosto eu visitarei um anjo,

E tomarei conta dele, serei eu seu anjo,

E cada um com uma asa, voaremos além

das nuvens, seremos os cúmulos do espaço sideral.

O nosso espaço sideral.

O nosso espaço.

O nosso mundo.

Nosso, nosso, nosso, nosso, nosso, nosso.

Sou eu a pessoa que penso ser?

O que faço eu em busca do seu cheiro?

Das nuvens eu caí como um padre sem balões,

Pegue-me, abelha, pegue-me, pegue-me.

Eu estou feliz sendo agora quem sou

Sem ter mudado, sem ter que mudar.

Deixe-me entrar nesse livrinho infantil,

Nesse conto de fadas inocente e vicioso,

No espelho o meu reflexo novamente sorriu

Mas eu não o vi pois os olhos estavam fechados.

Sou eu a pessoa que penso ser?

Eu me conheço? Não, não posso crer.

Achei uma parte que estava faltando,

Uma peça que considerava fora de série.

Atento ouvirei teus segredos com o amor que mereces,

Esperando tu. Só tu. Só tu. Vê se não esquece.

Eu escolhi isso. Eu escolhi, isso.

E não me arrependo. Não de amá-la. Nem por um momento.

Nem por um momento.

Por todos os momentos eu amarei amá-la.

13/3/2016

E que, suplico, ao menos as emoções, ao menos elas, sejam luxuosamente pias e convictas.