Ave de rapina
Oh, amada minha! Sua ausência me esvai
Sem ti, não tenho estímulos para viver
Pois seus olhos são tudo que enxergo
Seu suor e lágrimas, tudo que eu bebo
E sua pele e longos cabelos, tudo que me aquece
Seu passado e futuro, tudo que eu lembro
Seu presente, a única coisa que me presenteia
Oh, amada, fonte de todas as fontes
Mulher de todas as mulheres
Homem de todos os homens!
Saibas que sua fala é minha língua, e sua língua, tudo que falo
Sem seus lábios os meus beijos se evaporam
E sem seus seios e curvas, meu orgasmo se oculta
Saibas também que sem seu cérebro, meus pensamentos se tornam pérfidos;
Seu sorriso é o Sol que me orbita!
Seu sopro doce e quente é o ar que respiro
Meus sonhos se encontram apenas em seus sonos
Suas páginas em branco são onde escreverei meu livro
Tudo que és em mim, sou
Lascivo de minha dor
Guardiã de meus segredos
Trúfula de minha colina
Minha montanhosa ave de rapina!
Seus anos são meu tempo, e seu abraço, meu templo
Já não percebes, amada minha, que és tudo que tenho?