Teimosia necessária
As mãos quentes
entre tuas pernas
procuram
interromper
o sono desejado.
Mãos bobas,
circunspectas,
poéticas,
procuram a maciez da
tua pele e prenunciam o ato
na madrugada.
Teu rapaz aos teus pés.
Teu menino em teu colo.
Estou entrando, moça!
Acorda!
Desperta!
Por obséquio ao suor de sempre.
As mãos são amor
e o amor é certeiro.
Desculpa o incômodo, flor
mas essa mania de ti
me denuncia tão desajeitado.
Desculpa o inconveniente, morena
mas sei que gostas
dos modos do teu poeta...
Teimosia necessária.