Beija-Flor

Um dia encontrei um beija-flor.

Ele batia suas asas freneticamente

E eu imaginava

O quanto desse mágico licor

O passarinho necessitava

Para embriagar-se e seguir, forte,

Na sua jornada.

Então perguntei ao mundo, em voz alta:

- Belo beija-flor,

Quanto tempo tu passas,

Sem ter que tomar as águas,

Saborosas,

Dessas flores?

Não esperava resposta,

Mas uma voz me falou:

- Caro poeta,

Numa viagem longa

Em cada pomar,

Eu paro, e bebo-as, todas,

Para recuperar minhas forças;

E depois eu sigo adiante,

Livre, em busca sempre do horizonte.

Terminou;

E sem despedir-se,

Voou.

Sentindo a brisa de fim de tarde

Soprando no meu semblante,

E o sol se pondo,

Lá distante,

Eu serei igual ao beija-flor.

Na minha jornada,

Beberei meu vinho,

E meu licor;

Pois na minha embriaguez, também,

Recuperarei as forças,

Sentindo o teu calor.

- bebê-los-ei!

até, finalmente,

beijar-te, meu amor -

Pois o passarinho que sou

É do tipo que só tem

Uma única flor.

André Espínola
Enviado por André Espínola em 08/07/2007
Reeditado em 08/07/2007
Código do texto: T556899
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