Escrevendo
Por vezes a realidade me ronda.
Aí finjo ser ou não ser,
Só pra ter o prazer de ser do contra.
A vida marca a ferro como em gado.
Aí minto ser ou não ser,
Só pra não ter que ser de fato.
A morte doma e arrasta.
Aí engano ser ou não ser,
Só pra não ter que ter a vida curta gasta.
A paixão queima e arde.
Aí dissimulo ser ou não ser,
Só por eu ser um ser covarde.
O amor perfura a carne de dentro pra fora.
Aí aparento ser ou não ser,
Só pra saber realmente onde ele mora.
A dor invade, machuca sem pena.
Aí não faço nada... e na calada da madrugada...
Escrevo esse poema.