Peregrina

A luz tomou conta do

quarto pela fresta da janela.

Com os olhos semicerrados,

Vi esta peregrina,

Que por tempos anda viajante

em meus sonhos e pensamentos.

Senti um descompasso no tempo.

Tua tez nívea peregrina,

És linda!

Tuas bochechas ficam cor de carmim,

E sua pele toda orvalhada

Quando eu toco teu lábio visguento.

Sou ser misérrimo perto de ti,

Tudo é volúpia quando ao teu lado.

Sinto o frescor de tua pele,

Entre sussurros,

Gozo o amor, gozo a vida.

O vento que balança as

Cortinas azul turquesa,

Suspiram desejo.

Digo isto peregrina,

com toda candidez do mundo.

Deita-te comigo,

Neste leito de escuma.

Venha despir minhas palavras,

Meus olhares.

A tarde findou em teu sorriso.

Porque teus olhos ainda são

Páginas torvas?

(Nunca saberei)

Deixa-me colher todas as flores,

Que hão de nascer em teu jardim..

Mais sussurros.

Palpitações...

Sabes,

Em meus sonhos

De mancebo, padeci a tua espera.

Mas agora que estás aqui,

Venha.

Venha abraseiar-se, matizar-se

Junto a mim.

Tu'alma é luz divina

No enlevo do teu seio, viajo,

Perco noção do tempo.

As horas, são minutos ao

Teu lado peregrina.

E assim permaneço,

Entrelaçado em teu cabelo

Cor da noite,

Até o frouxo luar aparecer.

Não sei quem sou.

O que eu faço.

Apenas sei que quero.

Quero colocá-la no mais

Lindo dossel.

Quero eternizá-la.

Como?

Ainda não sei como.

Mas hei de fazer.

Não deixareis mais peregrinar.

Flor no luar
Enviado por Flor no luar em 08/03/2016
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