Peregrina
A luz tomou conta do
quarto pela fresta da janela.
Com os olhos semicerrados,
Vi esta peregrina,
Que por tempos anda viajante
em meus sonhos e pensamentos.
Senti um descompasso no tempo.
Tua tez nívea peregrina,
És linda!
Tuas bochechas ficam cor de carmim,
E sua pele toda orvalhada
Quando eu toco teu lábio visguento.
Sou ser misérrimo perto de ti,
Tudo é volúpia quando ao teu lado.
Sinto o frescor de tua pele,
Entre sussurros,
Gozo o amor, gozo a vida.
O vento que balança as
Cortinas azul turquesa,
Suspiram desejo.
Digo isto peregrina,
com toda candidez do mundo.
Deita-te comigo,
Neste leito de escuma.
Venha despir minhas palavras,
Meus olhares.
A tarde findou em teu sorriso.
Porque teus olhos ainda são
Páginas torvas?
(Nunca saberei)
Deixa-me colher todas as flores,
Que hão de nascer em teu jardim..
Mais sussurros.
Palpitações...
Sabes,
Em meus sonhos
De mancebo, padeci a tua espera.
Mas agora que estás aqui,
Venha.
Venha abraseiar-se, matizar-se
Junto a mim.
Tu'alma é luz divina
No enlevo do teu seio, viajo,
Perco noção do tempo.
As horas, são minutos ao
Teu lado peregrina.
E assim permaneço,
Entrelaçado em teu cabelo
Cor da noite,
Até o frouxo luar aparecer.
Não sei quem sou.
O que eu faço.
Apenas sei que quero.
Quero colocá-la no mais
Lindo dossel.
Quero eternizá-la.
Como?
Ainda não sei como.
Mas hei de fazer.
Não deixareis mais peregrinar.