MULHER, a GRANDE DEUSA
*
Grécia- Gea, Deméter
Roma- Ceres, Tellus, Terra Mater
Egipto- Ísis
Suméria- Inana
Babilónia- Ishtar
Noruega- Nerthus
Cristianismo- Virgem Maria
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Este rugir de Vento. Em passadas
de gigante. Transpõe o forte, as
calçadas. Trespassa-me as janelas,
assalta-me os cortinados,
atinge-me
.
a cama. Quem poderá dormir com
este medonho rugir de Vento...
Rodopia por dentro da
minha cabeça, tinge-me
as retinas de sangue de medronho.
Embriaga-me os tímpanos com
o gargalhar dos fantasmas dos sonhos.
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Estoiram sete dores,
Sete flechas,
Sete dardos
Sete flores de pétalas de seda
dentro do meu cofre de oiro –
este que escondo no peito.
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Quem poderá dormir...
Esta noite que devia ser tão curta,
tão breve... Mas varrem-na as passadas de
gigante deste rugir de Vento...
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...Pões talas nas minhas pálpebras?
Que ganhas com isso?
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Desço a encosta de fraga em fraga, rasgando a pele. De cardo em cardo, rasgando a saia. De esteva em esteva... Lanço-me ao Rio! Que me abra os braços!
Mas são as pedras gastas da margem, as sábias pedras da margem, quem me segura, quem me acalenta
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© Myriam Jubilot de Carvalho
Inédito, 1994
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Nota:
Integrei no poema, o esquema, traduzido e adaptado, retirado da página – com a devida vénia:
Principal Greek and Roman Gods
(adapted from Laurie Schneider Adams, Art Across Time, 2nd ed., p. 142)
https://www.oneonta.edu/faculty/farberas/arth/ARTH209/gods_greek_roman.html