O Parque
Quis fazer uma poesia que lhe impressionasse,
busquei palavras trazida do meu coração;
ardentes, perfeitas, cheias de paixão.
E olhando na tela, em delongas horas,
recitei assim em versos:
Amada clara: eu tenho um troço pra te dizer
acho que fiquei entretido por você
senti um afrouxado de alegria
naquele dia que te vi no parque
Eu comendo rodela de cana
amada: você parecia a mais linda potranca
segurando aquele algodão doce
me vi como o próprio açúcar
em cada abocanhada sua
rodeava-me no céu de tua boca
oh! Clara: tu subis-te na minha cabeça
na altura daquela roda gigante
quando acenasse com a mão aquele beijo
feriu-me como espinho de mandacaru
o fogaréu do desejo
Maria: agora minha vista ficou só pra ti
os meus aboios soletraram só para ti
estou lerdo, vivendo a toa
falando coisas, sobre coisas
quando Maria me clareou
Maria Clara: mesmo assim clareado de amor
a poesia não pude entregar
ficou grudado roendo no meu peito
feito passarinho cantando preso
esperando o parque um dia voltar
autor; nildoaires