A flor que não conheci
Gilberto Carvalho Pereira – Fortaleza, 15 de janeiro de 2016
Florbela que não conheci,
Teus poemas, de dor e sofrimento
Fazem-te de alma inquieta e infeliz,
Mas belos e distintos, trazem-me alento.
Em tenra idade partiste
Deixando órfão o meu amor
Que de maneira bela e triste,
Homenageia-te sem rancor.
A poesia nos aproximou
De maneira muito singular,
Tua gente me abraçou,
Em tua vida estou a mergulhar.
A distância que nos separa
É a medida do infinito.
Tocarei minha bela cítara
Para ti, amada, sem conflito.
É o respeito do poeta apaixonado
Que em teus versos se abrigou.
Agindo como teu amado,
Espera que nunca chegou.
Sou aquele que veio pra te ver
“E que nunca na vida te encontrou!”
Sem deveras me abater,
Guardo essa mágoa de amor.
Sigo teus passos, verso por verso,
Para entender o teu sofrimento.
Tua dor me deixa imerso
Em tua alma, como meu alimento.
Sofro por ti, minha poetisa,
Pela tua tristeza sem-fim.
Que o céu azul e a amena brisa
Unam a nossa paixão afim.