AH POETA!

Se tu soubesses que os meus versos
são feitos dos tantos fragmentos
da tua presença sempre constante
em cada um dos meus pensamentos
 
Não fosse tu, meu amado
eu não encontraria inspiração
é de te sonhar que a minha alma vive
alimentando-se em poesias de solidão
 
Vivo da ilusão do que eu leio em teus versos
e sonho este meu amor correspondido
suplicando a toda a magia do universo
por alguns segundos este sonho ser vivido
 
Como declarar-te tanto amor
se o teu corpo já tem dono
sufoco qualquer esperança junto a minha dor
e morro em cada verso onde me abandono
 
Faço da poesia a minha cúmplice
que sutilmente te leva o meu desejo
pois que ainda que pareça uma tolice
nela eu me declaro, eu te sinto, eu te beijo
 
E eu me perco mais e mais na fantasia
fazendo de cada estrofe os teus braços
deixando que a minha alma se extasie
e tuas mãos conduzam os meus passos
 
Eu não tenho o direito de te sonhar
e tu nem sonhas que esta pobre poetiza te ama
se em silêncio eu sofro por te amar
busco-te aonde eu sonho que tu me chamas
 
Na minha poesia eu serei sempre tua
em cada verso sempre te levarei o meu amor
e a ti eu me entregarei de corpo e alma nua
saciando o meu desejo que chora de dor
 
Ah, poeta, se me faltam os versos teus morrem os meus
e que razão para sonhar e escrever eu teria
se a única ilusão que me completa
é crer-me a mulher da tua poesia
 
Célia Jardim
Enviado por Célia Jardim em 06/03/2016
Código do texto: T5565702
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