SAORI HINARA

A noite vem, a noite vai...

A noite chega com sombras...

A noite vai embora com sombras...

E meu amor dorme.... Nas noites...

E meu amor acorda.... Nas noites...

O dia vem, o dia vai...

O dia chega com esperança...

O dia vai embora com esperança...

E meu amor sonha.... Nas noites...

E meu amor acorda.... Nos dias...

Meu amor é de tristeza...

Meu amor é finda alegria...

Meu amor é poesia não lida...

Meu amor é sentimento bandoleiro...

Meu amor é escrita de fardos...

Meu amor é mulher que chora...

Meu amor é cheiro que cura...

Meu amor é coração chagado...

Meu amor é fio de virgem tecelã...

Meu amor beija-me na primavera...

Meus amores beijam-me no outono...

Meu amor vem na noite....

Meu amor vai embora nas trevas...

E meus amores morrem no inverno...

E meu amor sonha na primavera do solstício da paixão...

As flores desabrocham.... E se vão...

As flores murcham.... E ficam...

As flores são fragrância de meus delírios...

As flores são as essências de meus pesadelos...

As flores da primavera são colhidas.... E depois meu poema não serei...

Meu amor dorme em agosto...

Meu amor acorda em setembro...

Meu amor foi embora em outubro...

E meus delírios de amor a noite calou nos dias de novembro da solidão...

Lembrarei de meu Deus no descanso do meu adeus...

A poesia jamais será superada.... Por minhas tristezas que me consomem.

Saori... Eu te amarei até o findar do desabrochar dos ipês em Acarape...

As flores caem no colo da mulher...

As flores voam ao redor da mulher...

As flores dançam entre os dedos da mulher...

As mulheres de novembro são raras...

As mulheres de outubro são perfeitas...

As mulheres de dezembro são puras...

As mulheres de agosto estão extintas...

As mulheres de julho são formosas...

As mulheres de janeiro serão as eleitas do meu coração...

As mulheres.... As mulheres.... As mulheres são um presente de Deus...