AVE, PAIXÃO
AVE, PAIXÃO
Ave, paixão: furor que nos surge
sempre quando estamos carentes,
Nos chega pra suprimir as dores da alma,
Nos recolhe a ideia de sermos idólatras e penitentes,
Natural anestésico que ao sangue corre vertente,
E não por que somos fracos de espírito...
Mas porque em frascos,
Em pequenas doses de comprimidos de boa vaidade,
- não ingenuidade -
Nos tira um pouco do estado convalescente.
Ave, paixão... nobre em risos e lamúrias,
Pra mim, tu também me causa angústias,
Porque quando vêm, sempre me pega desprevenido,
Despido de forças e sem orgulho,
Sem agasalhos pro meu interior.
Sem carapuças ou armaduras que me protegem feridas.
E aí tenho medo deste furor.
Porque sei que hei de mostrar-me a ti como sou,
Na minha essência de(o) ser.
E esse doce-amargo sentimento,
por ver meus pequenos-grandes defeitos,
poder-se-á assustar.
(será um lamento)
E ao ter-se força-contrária, de um refluxo sentimental,
fazer-se-por-si não vingar.
(então vou chorar)
Eis a verdade: Minhas forças de homem...
... não empatam o jogo com minhas fraquezas do ser.
Já doei muito e sei que muito mais tenho à doar.
Está-lo-te ao meu gosto, paixão.
Mas navego o mar das dúvidas.
Te amo e te odeio - novamente risos e lamúrias.
Não sei se te quero declinar,
Ou a ti e consigo, aventurar.
No choque das emoções penso frear-te,
E ao mesmo tempo: adiante, engajar-te.
Vejo-te por meus olhos: cruel, distinta e zelosa.
Isso fascina.
Tem-se você também: teimosa, misteriosa e gloriosa.
E o palco então ilumina.
Acima de tudo, 'ave', tu és fidalga.
E eu pouco assustado e surpreso,
Sonho à deriva, com calma,
Um refém solto (não preso), e te gosto porvir.
Vez que no fundo daquilo que tenho a exigir,
Ou por dentro e do profundo, a reprimir,
Causa-me espécie, paixão,
Me fazes sorrir.
Sinto o concreto viés do futuro,
Sinto e permeio discreto - o caminho correto -
Sinto mais forte (ave, paixão) o meu existir.
obs: ler a poesia ao som de 'La Passion' (Saint Preux)
AVE, PAIXÃO
Ave, paixão: furor que nos surge
sempre quando estamos carentes,
Nos chega pra suprimir as dores da alma,
Nos recolhe a ideia de sermos idólatras e penitentes,
Natural anestésico que ao sangue corre vertente,
E não por que somos fracos de espírito...
Mas porque em frascos,
Em pequenas doses de comprimidos de boa vaidade,
- não ingenuidade -
Nos tira um pouco do estado convalescente.
Ave, paixão... nobre em risos e lamúrias,
Pra mim, tu também me causa angústias,
Porque quando vêm, sempre me pega desprevenido,
Despido de forças e sem orgulho,
Sem agasalhos pro meu interior.
Sem carapuças ou armaduras que me protegem feridas.
E aí tenho medo deste furor.
Porque sei que hei de mostrar-me a ti como sou,
Na minha essência de(o) ser.
E esse doce-amargo sentimento,
por ver meus pequenos-grandes defeitos,
poder-se-á assustar.
(será um lamento)
E ao ter-se força-contrária, de um refluxo sentimental,
fazer-se-por-si não vingar.
(então vou chorar)
Eis a verdade: Minhas forças de homem...
... não empatam o jogo com minhas fraquezas do ser.
Já doei muito e sei que muito mais tenho à doar.
Está-lo-te ao meu gosto, paixão.
Mas navego o mar das dúvidas.
Te amo e te odeio - novamente risos e lamúrias.
Não sei se te quero declinar,
Ou a ti e consigo, aventurar.
No choque das emoções penso frear-te,
E ao mesmo tempo: adiante, engajar-te.
Vejo-te por meus olhos: cruel, distinta e zelosa.
Isso fascina.
Tem-se você também: teimosa, misteriosa e gloriosa.
E o palco então ilumina.
Acima de tudo, 'ave', tu és fidalga.
E eu pouco assustado e surpreso,
Sonho à deriva, com calma,
Um refém solto (não preso), e te gosto porvir.
Vez que no fundo daquilo que tenho a exigir,
Ou por dentro e do profundo, a reprimir,
Causa-me espécie, paixão,
Me fazes sorrir.
Sinto o concreto viés do futuro,
Sinto e permeio discreto - o caminho correto -
Sinto mais forte (ave, paixão) o meu existir.
obs: ler a poesia ao som de 'La Passion' (Saint Preux)