Anágua
 
Entre a minha pele e a tua
Uma persistente anágua.
Depois, cresce em nós a frágua
E ao chão o cetim recua.
 
Por meu apelo insistente
Enfim sem pudor me deste
Prova de afeto inconteste
Ante uma veste silente.
 
Em ti meu amor deságua
Igual ao rio no oceano.
Num rito sacro ou profano

Despi teu corpo da anágua. 


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N. do A. – Na ilustração, Tenra Idade de Michael & Inessa Garmash (Michael: Ucrânia, 1969; Inessa: Rússia, 1972).
João Carlos Hey
Enviado por João Carlos Hey em 03/03/2016
Reeditado em 05/05/2021
Código do texto: T5562705
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