LOBINHO
Será que eu sou mesmo lobo faminto?
Será pelo pêlo ou pela dor que pela a alma?
Talvez pelo apetite que, confesso, sinto,
Ou porque transito predador da fauna.
Mas e você? É inocente, fala!
É menos cruel que o lobo aflito?
É presa, ovelhinha? Ou sua presa é arma?
Digo, é arma perversa que afasta meu grito.
Tão sagaz que aprisiona meu medo,
tão letal que me persegue em sonhos!
E apesar de tudo, escondo meu segredo.
Quis partir, mas... em vão, fui detido.
Por um beijo, tornei-me suplicante!
Eu, pobre lobo, em ovelha convertido