Céu e inferno
Por onde sopra o vento mau que disse
Ao pé de sua orelha vis falsidades
Que inferno pariu a violenta entidade,
Que sugeriu que de mim foragisses?
Porque lhe pareço tão pouco atraente?
Não sou como pinta o espírito ruim!
Porque foges tão ligeira de mim,
Que sou de Amor o mais devoto crente?
Sabes por acaso os grilhões que arrasto?
As noites em sacrifício, a agonia,
De vê-la recusar, remota e fria,
Esse amor, que é, de todos, o mais casto?
Sua sede e firmamento ainda hão de ser eu?
Serão meus ais uma passada época?
Ainda hei de cobrir de beijos a boca,
Que mesmo os anjos contemplam do céu?