MORREMOS NÓS DOIS!

Sou eu quem escreveu aquelas cartas de amor,

Sou em quem prometeu lealdade e fidelidade

Sou em quem muito antes de nascer

Já conhecera a morte

E de toda a sorte sobrevivi...

Não sei quantas pessoas me ouviram

Não sei quantas pessoas me leram,

Mas, sei que quem me ouviu e me leu

Sinceramente, tentou me conhecer

Mas, não conheceu...

Portas se abriram e se fecharam

Assim como se abrem e fecham para qualquer um,

Mas, conhecer o NÃO, de forma singela

CONHECI,

Ver a vida linda, aquarela

VIVI...

Homenageei poetas que morreram intocáveis,

Conheci milhares de lindas palavras,

Fiz tudo isso, para que meu amor

Pudesse crescer com o sentimento real

De quem o conheceu,

Não sei,

Verdadeiramente, não sei...

Se escrever é uma arte,

Ou um real desastre

Quando as palavras se perdem

Ou quando se tornam parábolas,

Fui eu, quem chorou quando você não me notou,

Fui eu, quem te buscou para viver uma eternidade em mim,

No fundo, no fundo,

Me neguei por você,

Porque imaginava, que perderia a chance

De ser tocada, não como alguém que escreve

Mas, como uma mulher...

Quis tudo, mas, me contentei com menos,

Menos palavras, menos amor, menos lealdade,

Acredito que uma mulher, pode ser solicitada para amar alguém

E renunciar a si mesma,

Mas, quem não é tolo?

Nós somos tolos,

Porque somos capazes de amar,

Nunca na mesma medida em que somos amados,

E convidados a morrer no anonimato,

Somos escondidas e capturadas,

Somos cretinas, afastadas e esquecidas,

Mas, somos mulheres

Somos verdadeiramente mulheres,

Porque muitas vezes optamos pelo Amor Vazio,

Para não deixar que nossas almas se encham dele,

Fui eu, quem te escreveu no século passado

E você morreu

Mas, ainda estou aqui

Pronta para dizer ao mundo

Que também morri...

Del Dias
Enviado por Del Dias em 29/02/2016
Código do texto: T5559552
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