Avareza sentimental

Quão vivo é um ser que não ama?

Tão vão é quem por isso não clama

Humano! Demasiadamente humano! A morte é inevitável!

Só burocratas podem crer em amor afável

Que devaneio da segurança: amar com razão.

Nem se digam surpresos com a verdade.

De que não se ama pela metade

Eis que não existe sensatez na paixão

Nessa vida se morre de sentimento ou de apatia.

Ora queima, ora morre em guerra fria.

Escolha tua sina, pode querer o confortável.

Mas quer mesmo viver como algo enterrado?

Querem a sorte da lepra emocional... querem amar sem dor.

Burocratas do sentimento, se vai queimar mesmo, como todos vamos, evita a dor em nome do amor... Não te soa como engodo?

Morrer todos vamos, escolha logo morte em vida com prudência. Ou tudo que puder sentir sem qualquer pudor ou condescendência, há certa poesia na demência