QUERÊNCIA

Como se eu te respirasse, vivendo a delícia que é possível suportar

no meu destino de homem buscando a fêmea,

como se eu te pressentisse, na ânsia de um encontro cujo pânico

é não ter você, pois te tocando me descubro,

eu vasculho as estrelas sabendo que a noite revela o mapa

do nosso encontro, e na vitória do amor sobre a distância

sinto na saliva o sinal da tua carne.

Como vampiro te espreito assim que o sol desligando

a tocha do culto aos regulamentos te desnuda para

que tão esplêndida quanto noite de verão

você revele a fêmea cujas pétalas quero delirar

atravessando o sexo dos galopes disparados

para que o sentido se faça no amor que é mais teu

porque ao meu lado a tua querência na cama

finca o fogo da febre: chave do abismo da alma