Rapunzel

As grades de ouro que adornam a prisão,

Só fazem “preciosa” a infelicidade dela;

Porque, há outros brilhos para o coração,

Que alimenta-se de outra espécie de pão,

Que pena que anda tão desnutrida, ela...

Quem desconhece esses íntimos apelos,

Pegou a alma e como se de carne a fez;

há mais fio que parece nesses novelos,

uma hora Rapunzel jogará seus cabelos,

a que o príncipe amado, a liberte de vez...

Escrevendo sentires meu sentir desopilo,

Preservo o belo nome dela, por um triz;

Vejo além da visão, até ouço o seu grilo,

Sua escolha; ser infeliz em grande estilo,

Ou, quebrar tudo, e ser bregamente feliz...