Músculo cardíaco
Eu procuro o carnaval em você.
A contagia, a harmonia, a brincadeira.
Procuro também, o domingo preguiçoso.
O que tem cafuné, leite quente a tarde e aquelas bitoquinhas cheias de carícias.
Procuro o dia ensolarado.
Cheio de vida, vontades.
Procuro a noite.
Os mistérios, as vontades mais difíceis de decifrar.
Ao mesmo tempo que procuro, me afogo.
Afogo meu fogo, em um mar de lágrimas.
Afogo meus suspiros mais profundos em nós na garganta.
Afogo cada tapa na cara em um sorriso.
Corro contra as armadilhas do seu coração.
Finjo não ser a afetada.
Finjo ser forte.
De tanto fingir, estou me perdendo.
Compreendo que falta de amor seja algum grau de doença não específica.
Compreendo que a falta de amor próprio deixam muitos corpos vazios.
Compreendo que negar amor, seja talvez apego ao materialismo em excesso.
Tudo isso tem cura.
Volto a dizer que sua cegueira está pior do que nunca.
Sua lição de casa seria aprender que somos amor, se quisermos ter uma vida mais cheia.
Se quisermos nos sentir vivos, ame.
Porque nada estará completo sem amor.
Você se vicia em pensamentos pequenos, e sentimentos minúsculos.