AUSÊNCIA
Ruídos saudosos vindos do mar invisível,
Vêm de longe e somem, vão ao infinito.
Alucinados sons, saudade incrível,
Na escuridão ecoam qual um grito.
Lembrar as noites, lua cheia, o mar batendo.
Ondas mornas, deixando beijos calientes
Na areia branca, e ao azul mar regressando.
Tantas lembranças vindo lentamente...
É saudade, memória, sofrimento,
É o afeto chorado da ausência
Lembranças arrancadas lá no esquecimento,
Da ventura perdida em dolência.
Choro a amargura desse ardor desfeito
Da alegria que foi embora
A alma sufocada, saudade no peito,
Lembrança dele inda me devora.