Oh querido e algoz tempo!


Oh querido e algoz tempo!
Sei que tu não paras... mas sou atrevido.
Sei que tu não cedes... mas tenho gênero.
Só hoje poderias ceder e parar... a pedido.
E fazer eterno o que tenta ser efêmero.

Oh querido e algoz tempo!
Às vezes a manhã é maior que o dia.
Às vezes, o dia menor que o segundo.
Pois quem dita o tempo é a magia.
Transbordando em química, refazendo o mundo.

Oh querido e algoz tempo!
Como conter o choro diante d’outra lágrima.
Que face à face traz verdade em plenitude.
Em contentamento e pura mágica.
Na entrega d’alma, ímpar virtude.

Oh querido e algoz tempo!
Mesmo quando a gente silencia o olhar diz tudo.
E a perna treme mesmo parada.
Com o lábio aberto, porém mudo.
Pois fechado por outro, loucura afogada.

Oh querido e algoz tempo!
Por que tentas impor ao instante lamento.
Fazendo esbofetear rosto já atingido.
Tentando impor ao mundo esquecimento.
Mesmo sabendo que há beijo que não pode ser esquecido.

Oh querido e algoz tempo!
Caso decidas não seguir e parar.
Restará agradecimento e alegria.
Podendo até me calar.
Pois já me entregastes a poesia.
Tarcisio Bruno
Enviado por Tarcisio Bruno em 09/02/2016
Reeditado em 12/07/2016
Código do texto: T5538351
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