LEMBRANÇAS DA MULHER AMADA
LEMBRANÇAS DA MULHER AMADA
Aturdido por almejos de teus afagos.
Indelevelmente consternado por esta saudade
Transbordando de lembranças da mulher amada.
Que extrapolam os limites de um querer abrasado.
Logo, vejo esta paixão esvoejando das alturas.
Para sobre o teu amor tão esperado.
Nesta Constancia fui abarcando com a vista
E abrangi nos céus o firmamento,
As estrelas, o luar, os planetários...
E nada mais este olhar descortinou,
Além ou a quem de ti deusa amada, ou
De tua beleza e de teu ser mimado.
Passei então a avocar-te, em balde...
Almejando abreviar este não tão raro sofrimento
De anomalias eternizaste e deprimente.
Pretendendo abocar tua boca em minha boca,
E no ardor de teu beijo, sepultar pra sempre...
Este pujante e pertinaz descontentamento.
De súbito! Fui absorvido por uma límpida conjetura
Que de tão ansioso, ao recordar, me afoguei em prantos.
Vi-te no altar vestida de véu e grinalda!
E teu semblante lindo e terno transverberava...
Teus olhos em silencio me olhavam, ambos ratificavam:
Nasci para ser sua esposa e eterna namorada...
Tu, somente tu, musa inspiradora desta paixão,
Jardim ambulante dos meus sentimentos desvairados,
Estrela-d’alva a irradiar amor no meu coração.
Tu, somente tu, princesa tão querida quanto amada,
Podia ressuscitar este ser quão degringolado!
Daquele abissal e abjeto viver com nodoa de calvário.
Porque era o amor que estava em crise.
Os ideais que se afogavam em decadência.
As esperanças que iam de perecendo...
Toda uma existência sendo subitamente degradada!...
Agradeço-te alma tanto elevada e qual venerada,
Pela tua acutíssima acuidade e visão assaz divinizada.
Por ter visto o visível e também o abstruso e abstrato,
Ao olhar naquele universo de abrolhos, alheio à ortobiose.
E viste o amor de tua vida, demasiado romântico, todo apaixonado,
Da sorte há muito esquecido! E sendo pela riqueza apedrejado!...
Djalma Pereira Guedes.