PUNHAL DE SAUDADES
Em uma noite dessas,
Noite escura e fria!
Noite sem sono,
Noite sem alegria,
Um fantasma tristonho
Pelas sombras se esgueirava
Chamando meu nome
E gemendo baixinho,
Talvez um anjo?!
Talvez uma lembrança?!
Não sei dizer...
A porta não se abriu,
Mas ele entrou,
Não mandei sentar,
Mas ele sentou,
Pedi... implorei
Pra ele se calar!
Mas ele não calou,
Apenas sorriu
Um sorriso amarelo
Nos dentes da saudade
E me olhando nos olhos
Chorou...
E foram tantas as histórias!
Tantas as palavras caladas
Dentro do peito !!
Que uma revolta muda
Gritou nos ouvidos surdos
Desse pobre amante
Implorando por perdão,
Mas ele não perdoou...
E assim, noite afora
Essa luta continuou!
Se de um lado a saudade atacava
Em punhaladas traiçoeiras
Sobre as feridas abertas
Do despeito sentido,
Do outro lado se defendia
A razão enfraquecida
Se escondendo por traz
Do orgulho ferido.
E outra vez, uma vez mais...
O dia amanheceu!