Quando adoecem as flores

Prendo-me no lugar onde estou
Evito a vida em anseio pela morte
Igual a tempestade funesta dentro de
Mim, sem saída, sem azar e sem sorte
 
Minhas lágrimas precedem-me e se
Misturam com a chuva de fevereiro
A força dos ventos nas aguas
Transformam noite e dia em nevoeiro
 
Destes que nos arrasam, nos cegam
Nos fazem imersos em pesadelos
Como dói a dor de uma poeta quando
Perde sem ter, dos amores o primeiro
 
E se sente cansada sem nada fazer
Sozinha entre as multidões em
Ilusões e choro, inconsolável
Vida diminuída em nada redimida
                                                                
A lentidão dos passos no tempo
E a rapidez com o que se passam as
Horas, vão-se os meus dias ao fim
Somente eu sei porque sofro assim
 
E eu que morrendo estou
Sentindo minhas mãos vazias,
Sem nada para oferecer-te
Além desta poesia
 
Ao lê-la não defino seu sentir
Pois quando adoecem as flores
Foge delas o colibri...