AMOR TEMPORÃO
Ignorei o amor por tantas primaveras
Que quando o conheci já o não sabia
Me veio como uma dor....uma agonia
Açoitou-me...torturou-me...lançou-me em terra.
Quis detê-lo (alguém detém a ventania?)
Ele rosnou junto a mim como uma fera
Que me mataria...se matar pudera,
Mas o que pôde fez...matou-me a alegria.
Ó amor, que tanto ao coração oneras!
Por qual motivo ao seol me arrastarias?
Por ti não faz, o enamorado, as cortesias?
Não é o bem de ti que o coração espera?
Mas para mim só mostras-te a tirania,
E minh'alma colocas-te na mão dela,
Ah! e como esta criança a dilacera,
Seu pranto a afoga...seu riso a castiga.
Rodei o mundo...não houve nesta esfera
Abrigo que imune fosse a tal vilania,
Se ouvisse minha dor, até Jó diria:
- Blasfema desse teu amor e se enterra!