AMOR TEMPORÃO

Ignorei o amor por tantas primaveras

Que quando o conheci já o não sabia

Me veio como uma dor....uma agonia

Açoitou-me...torturou-me...lançou-me em terra.

Quis detê-lo (alguém detém a ventania?)

Ele rosnou junto a mim como uma fera

Que me mataria...se matar pudera,

Mas o que pôde fez...matou-me a alegria.

Ó amor, que tanto ao coração oneras!

Por qual motivo ao seol me arrastarias?

Por ti não faz, o enamorado, as cortesias?

Não é o bem de ti que o coração espera?

Mas para mim só mostras-te a tirania,

E minh'alma colocas-te na mão dela,

Ah! e como esta criança a dilacera,

Seu pranto a afoga...seu riso a castiga.

Rodei o mundo...não houve nesta esfera

Abrigo que imune fosse a tal vilania,

Se ouvisse minha dor, até Jó diria:

- Blasfema desse teu amor e se enterra!

Saulo Palemor
Enviado por Saulo Palemor em 05/02/2016
Reeditado em 10/07/2022
Código do texto: T5534364
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