Chuva de fevereiro
Olhos sedentos.
Tanto sol e divindades,
tanto olhar entre os desejos,
um amor que se entrega por entre
as luzes que enfeitam a feirinha
da cidade.
Olhos sedentos.
Tanta água por vir,
chuva de Fevereiro,
lava-nos a alma, meu Deus,
leva o que é resto
e rega a terra.
Olhos sedentos.
Goles de café,
gaiolas pra quê?!
Pretextos camuflados
em textos entreabertos
que os lábios deixam escapar baixinho.
Flor morena, quanta formosura!
Fim de expediente,
fim de carnaval,
fim de expectativa:
matemos a sede dos olhos,
que já é hora.