Falando ao vento

Qual cavaleiro andante,
Sou também um viajante,
Esporeando a montaria.
Levo comigo meu laço,
E a lembrança de um abraço,
Da sua fugaz companhia.

Sou visionário, vidente,
E sei que qualquer vivente,
Para viver tem de amar.
Mas quem ama, também sabe,
Que para um amor não se acabe,
Há que, com o amor, se encantar.

Se me cubro com meu manto, 
Em devaneio, me encanto,
E ouço o vento soprar...
Ele murmura, baixinho,
Me convidando pro ninho,
Bem depressa retornar!