NAS MADRUGADAS...
Nas madrugadas,
assombro meus fantasmas,
rio de mim mesma,
me escancaro,
exponho minhas cicatrizes,
me deixo transparecer.
Nas madrugadas
tomo meu eixo,
me viro do avesso,
me aprumo,
pego meu rumo,
meu jeito de ser.
Nas madrugadas,
meu pensamento divaga,
viaja, descobre,
insinua, provoca,
torno-me permissiva,
cometo deslizes,
volto a transgredir.
Registro passagens,
momentos, vivências,
de amor e prazer.
Nas madrugadas
me desvendo,
me compreendo,
me situo, me localizo,
me descubro e ainda
me sensibilizo,
entendo os porquês.
Nas madrugadas
eu fico escrevendo,
relendo poemas
ou vendo TV.
Mas é nessas horas
e nesses momentos
de encantamento
que eu penso em você.