Permaneces tácito
Sandra M. Julio
Este desmedido silêncio, germina inquietudes
no meu coração contrito.
Choro a ausência que se desdobra no tempo,
e vasculha a solidão da minh'alma.
Com amor e a ternura implícita em cada palavra
tento desfazer os nós do silêncio que persiste.
Entende-me a espera...
lenta agonia que grita tua falta,
quando rabisco tua imagem em sonhos e fantasias.
Ou, quando imagino o sabor do teu beijo e
a textura da pele a roçar a minha...
Perco-me do silêncio que habita o eco do teu amor,
Desfolhando a primavera dos sonhos que insistem e renascer.
Reconstruo o outono entre perfumes e folhas,
na tormenta que incita a certeza...incerta.
Vã tentativa de compreensão...
Permaneces tácito...
Sei porem, que és a alegria que perdura e vivifica
na noite que adormece o ocaso de mim.
Sandra
11/06/04