O Vazio e o Amor
Antes do amor chegar como benção
O mundo se fazia inóspito qual o vazio
A casa era residência sem cara de lar
A cara era insistência de um céu sem luar.
As coisas eram feitas de tempo perdido
Os olhares sofriam da não-reciprocidade
As ruas eram saaras de coração consumido
Que não sentiam dores nem nada de verdade.
Éramos invernos plenos pela insegurança
Da cegueira e seu monocromatismo sombrio
Cansávamos de pedir em vão por uma dança
Qual não distinguíamos a mão no viver frio.
Mas o destino acabou por captar algo além
Sob a alienação qual solidão se aumentou
Padeci sobre a influencia dos astros e além
Até que tal sentimento me cumprimentou.
(E o vazio já não era percebido por ninguém.)