Dualidade
Entre atos sacros e profanos
Há muitos enganos
O que é santo ou normal?
É dado saber tudo ao ser mortal?
Quem aprende com o desengano?
Quem aspira o que é divino?
O amor é puro ou insano?
Tão dual é o ser humano!
Parecemos sorrir da nossa dor
Se não conforta-nos o amor
Pior seria não vivê-lo
Prostrar-se à solidão é desmantelo
O que é santo não é pecador
E se peca por amor?
Amor não é divindade?
Divino é encontrar felicidade
Feliz daquele que alcança
A sabedoria da arca da aliança
Como não trazer-te na lembrança
Se teu sorriso me traz tanta bonança?
Se o espírito quer a bem-aventurança
E a alma precisa de experiência
Do divino o homem tem a semelhança
Experimentar faz parte da sobrevivência
Insano é dizer que sou anormal
Amar-te tanto chega a ser imoral
Se amar torna-me imortal
Tocar-te é ato sacramental
Não quero desmotivar teu sonho
Nem profanar teu templo
Se meu amor por ti torna-te risonho
Seja mais um insano enquanto é tempo