Fantasmas
 
Não preciso invocar os meus fantasmas,
Eles estão por todas partes,
E abusam de todas as artes
Para me atazanar!
Lembram-me compromissos não cumpridos,
Que para mim foram remidos,
E não precisavam me lembrar...
Não me recordo mais de seus nomes,
São fantasmas seculares,
Penso até que milenares,
Que fazem parte do meu carma,
E que se atracam como sarna,
Não sei como me livrar!
A maioria, e estes são os piores,
São os fantasmas femininos;
Não desgrudam, que destino!
Onde é que fui parar...
Querem que os sustentem até agora,
Mesmo depois de pular fora,
E estar em outras paragens.
Os piores fantasmas, com certeza,
São aqueles ainda viventes,
Os sanguessugas da gente,
Como morcegos no ar!