Quando ao fundo das sombras da madrugada
Vem me chamar a morte, amada,
Ergo-me, incólume,
Como se a voz não me dissesse nada.
 
Pois do amor sou portador,
Como guarda real de seus conselhos,
Que por mais velhos que pareçam,
Não são tanto quando o amor verdadeiro.
 
Nada é derradeiro em nossos sentimentos,
Apenas breves ventos
Que às vezes mudam de direção.
 
É o prumo do coração que se alinha
Às linhas do futuro de nossas mãos.
 
Então, amada, a morte não me engana,
Quando por mim chama
E me roga um abraço.
 
Nas promessas do infinito,
Coisa que não acredito,
Por saber que sou
Um mero mortal.
 
Assim, o fim, mesmo que distante,
Se dará diante dos nossos corpos.
Estaremos mortos, sim, estaremos,
Mas continuaremos juntos
No reino perpétuo das almas.
 
 
MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE
Enviado por MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE em 24/01/2016
Código do texto: T5521958
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