Sentei na soleira da porta
E ponhei um talo de capim entre os dentes.
Fucei minha caraminhola, pensei, pensei,
Arguma coisa eu tinha de fazer
Prá dizer prá ela que eu gosto dela,
Um pouquim assim, só um tiquinho,
Mas que dá pra nóis casá.
Oiei a lua lá no arto,
Garbosa, cheia de encanto,
Chorando chuva nas minha mão.
Chuva gostosa, chuva de verão,
Fez meu coração parpitar mais depressa
Que a pressa que eu tenho de amar.
A noite foi se arrastando,
Estreitando a distância entre eu e ela.
Fiquei com as perna tremendo dentro das carça,
Mas num tinha outro jeito,
Eu tinha que chegar perto
E zoiar bem lá no fundo os óio dela
E prenunciar o quanto eu gosto dela.
Mais, e o medo de orvi um não?
Mas eu juro que vi
Uma estrela cair,
Bem aqui, nesse chão.
No susto, orvi a voz de um anjo, dizendo,
Vai, marmanjo, purque esse medo?
Num era medo não, era respeito,
Perto dela sou só um capiau.
Não faço mal a ninguém,
Mas ela também não...
Intão, peguei as palavra da minha mãe
Me enchi de corage
E jurei prá ela todo meu amor.
Meu medo, não tinha razão de ser,
Ela aceitou meu pedido,
Mi estendeu a mão, e disse,
Toma, essa flor é prucê!!

 
MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE
Enviado por MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE em 22/01/2016
Reeditado em 29/05/2016
Código do texto: T5520041
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