É fácil sonhar, como agora,
quando chega-me enflorado
o mesmo e antigo sonho
à ombreira da alma
[ Até espicho os olhos à razão,
mas dada à doidice,
quase sempre me ignora... ]
É fácil sonhar... como agora,
quando ao cais da folha,
teu nome é luz, ardor e fome,
que em alto púlpito me desfolha
E traz de volta
essa vontade de me esquecer
à flor moura do peito amado
quando ao cais da folha,
teu nome é luz, ardor e fome,
que em alto púlpito me desfolha
E traz de volta
essa vontade de me esquecer
à flor moura do peito amado
- O que é teu, está guardado...
Assim dizia minha mãe,
correndo os olhos à vida
e entregando as esperas a Deus
E depois de me habitar,
voltava à lida,
d'onde nascia o silêncio
E eu cá, com meus incêndios,
nunca sabia
se a palavra me subjugava
ou se à essência me bebia
voltava à lida,
d'onde nascia o silêncio
E eu cá, com meus incêndios,
nunca sabia
se a palavra me subjugava
ou se à essência me bebia