Agonia

Expeli essa agonia,

desse passado tão denso

voraz mói meus ossos,

minh'alma fogueia

queima a plena seca

a floresta dos sonhos,

lugar do meu pássaro negro.

Se há alguma forma

expeli essa agonia,

arrancai-a.

Anjo triste sob

o mel da laranjeira

gotejado no passado,

outrora pairava alegre

mil perfumes

tantos encantos!

Mar de sangue

das minhas estruturas.

Sinto-me mar turvo

de grandes peixes

vorazes, horrendos,

dentes pontiagudos

nessa agonia fulminante

um choro, dorme,

no meio caminho,

plantando esperanças

e sonhos!

Olhos expressivos de dor

agoniza um oco

e meu pássaro negro

voa livre os céus

da liberdade

e prende-me nessa agonia,

sinto o som do beijo

e suas asas,

lindas negras

azuladas!

Meu todo dissolvido

no tempo breve

entre o amor

ardente desejo

meu pássaro negro

doce o menino

sonhos destituídos a pó

me furtam a vida

e me premia de dor!

Daniel Cezário
Enviado por Daniel Cezário em 19/01/2016
Reeditado em 19/01/2016
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