Palavras de Esfregão
A maior ironia patética
É quando a paixão muda
Que não é aquela da flor
Qual incomodaria Pablo Neruda
Diante da transgressão
De tratar os amores em fardos
Esses brocardos incessantes
Do sadomasoquismo itinerante.
As pessoas seduzidas por pouco
Apaixonadas pelo ridículo do nada
Diante da fraqueza do um e seu cada
Tornamo-nos o desagrado de Afrodite
O aceitar da frágil pilantragem
Deve ser visto como malandragem
De quem quer ser devassado.
O cardíaco vilipêndio
É um moral estipêndio
De quem merece a estupidez
Elevada a sordidez
De querer massacrar o pericárdio
A ponto de enviuvar a paixão
Pois o amor morre mais rápido
Nessas horas de nefasto tesão.
A cautela em ignorar
O resto do mundo
Está diametralmente proporcional
Ao abraço do poço e seu fundo
Dos abismos maravilhados
Que só o ópio pode simular.
Somos emulados pela realidade
Até uma mula nos mostrar sinceridade
E dissolver a fantasia agradável
De uma mentira tão adorável
Que dura quanto uma reação
De toda essa débil ereção.
(seja sexual ou mental.)