Por amor e pela vida

E um instante precedeu à voz, nem houve o grito!

A hora é de morrer, viver, viver, viver...

palavra por palavra,

na lavra, no ser, no ser que lavra.

Se houver pedras em minha face, sorrias, és tu, melindrosa,

cheia do mel do teu veneno doce.

O choro de amor que sinto é verdadeiro,

solta o coração e ama ligeiro,

tão ligeiro

que, em um instante me apaixono, sem dono, sem ninguém.

Para se amar não precisamos de nada, apenas do amor,

como uma linda flor que brota do botão que antes, nada era,

esperando o meio de alguma primavera:

tua flor.

És pura como a voz de minha alma desenhada neste poema,

puro poema de amor e dor, e entre os dois,

está a casa do poeta, sempre aberta à vida e ao canto.

Minha prece vem de Deus e do mundo.

Tudo é incomum nos sentimentos novos ou que se renovam,

Pois para amar, vivo, e para viver, amo.