Ato de Amar
O ato de amar e ser amado
Escrever todas as primícias
Desnudo do clichê tramado
É um esplendor que nos vicia.
Uma droga feita de cólera
Que o trago desmonta a paz
Onde o recital da ópera
Opera o criador que lhe faz.
Causa uma miséria genial
A velocidade da ferocidade
E abala a esfera do astral
A estranheza da felicidade.
Feito de ódios e sarcasmos
Na calmaria hemorrágica
Entre toques e orgasmos
No leito da utopia trágica.
A causa do mal eu deito
A pausa do gozo no peito
A distância do ser desfeito
A náusea de ser imperfeito.