Quando a noite dorme
Meu sorriso é você, nem sei se sabe, sabe sim,
O meu sorriso é teu, pois o teu, vive em mim;
Ontem, quando os carros iluminavam as ruas,
E o pensamento deslizava, procurava a lua...
Pensava em nós, em nossos desenhos tão a sós,
Nossas imperfeições, vontades, um aperto, um nó;
E o peito e a garganta, numa simetria tão sentida,
Fez tudo parecer estranho, e não reconheci a vida.
Me vi lá, e no castanho do teu olhar, havia uma paz,
E no calor dos teus braços, um aconchego sonhado;
Em tua boca a poesia improvisada, irretocável, mas,
Perfeita, pele, papel, mãos, palavras, tudo misturado.
E quis assim permanecer, a voz forte, mas carinhosa,
O afagar dos cabelos, e um prestar atenção em tudo,
E nada para abalar essa sintonia, e feito gata manhosa,
Ronronei... Lá fora, dormia a noite em sono profundo.