Um pé descalço
Em fim, o novo já se levanta, calçando os chinelos
A goela seca do tempo quente
a borboleta amarelada , mosquitos
mais um dia pela frente.
Uma bela caneca de café, cheia de ontem, amarga
Rústica e impiedosa, face a face nos reflexos
Nada cai nem se mexe, nem brilha, nem apaga
nas belas frestas, nos belos fechos.
Ela vem pra me apalpar
ó tempo que voa e voa sem soprar
e que cai toda hora em qualquer lugar
nem percebo e já começo a pensar
Sorria, penteie os longos de cima para baixo
cabelos cheirosos e negros
Olhos verdes com um pé descalço
ó beijos e ó abraços.